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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Resíduos - Drummond

(...)
"De tudo ficou um pouco:
de mim; de ti; de Abelardo.
Cabelo na minha manga,
de tudo ficou um pouco;
vento nas orelhas minhas,
simplório arroto, gemido
de víscera inconformada,
e minúsculos artefatos:
campânula, alvéolo, cápsula
de revólver... de aspirina.
De tudo ficou um pouco.

E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.

Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
e sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob os túneis
e sob as labaredas e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito
e sob o soluço, o cárcere, o esquecido
e sob os espetáculos e sob a morte escarlate
e sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes
e sob tu mesmo e sob teus pés já duros
e sob os gonzos da família e da classe,
fica sempre um pouco de tudo.

Às vezes um botão. Às vezes um rato."

De tudo ficou um pouco, de tudo sempre fica um pouco :)
É bom saber que a gente não tá simplesmente passeando por ai sem deixar nada marcado nos outros. Seja bom ou ruim, de tudo fica sempre um pouco, dos outros na gente, da gente nos outros. De todos, no mundo!
É esse um dos motivos pra eu fazer medicina, eu quero deixar um pouco de mim em cada paciente, poder fazer pelo menos uma pequena diferença nesse mundo tão errado.

É por isso que eu vou largar esse pc AGORA e ir esudar eletroquimica, euheuaheuhaueuae..  Ciao!!! :****

Um comentário:

  1. Acho que você me deu o melhor conselho que eu poderia ouvir! :) Oh, Má, vc nunca me ligou :(
    Pelo menos me diga seu número da tim pra eu te ligar (tbm tenho a promoção infinity hihihi)
    Beijosss e muita saudade!

    ResponderExcluir